terça-feira, 9 de junho de 2009

a crucificaçao de Cristo do ponto de vista medico!

Lendo o livro de Jim Bishop “O Dia Que Cristo Morreu”, eu percebi que durante vários anos eu tinha tornado a crucificação de Jesus mais ou menos sem valor, que havia crescido calos em meu coração sobre este horror, por tratar seus detalhes de forma tão familiar - e pela amizade distante que eu tinha com nosso Senhor. Eu finalmente havia percebido que, mesmo como médico, eu não entendia a verdadeira causa da morte de Jesus. Os escritores do evangelho não nos ajudam muito com este ponto, porque a crucificação era tão comum naquele tempo que, aparentemente, acharam que uma descrição detalhada seria desnecessária. Por isso só temos as palavras concisas dos evangelistas “Então, Pilatos, após mandar açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado.”
Eu não tenho nenhuma competência para discutir o infinito sofrimento psíquico e espiritual do Deus Encarnado que paga pelos pecados do homem caído. Mas parecia a mim que como um médico eu poderia procurar de forma mais detalhada os aspectos fisiológicos e anatômicos da paixão de nosso Senhor. O que foi que o corpo de Jesus de Nazaré de fato suportou durante essas horas de tortura?
Dados históricos
Isto me levou primeiro a um estudo da prática de crucificação, quer dizer, tortura e execução por fixação numa cruz. Eu estou endividado a muitos que estudaram este assunto no passado, e especialmente para um colega contemporâneo, Dr. Pierre Barbet, um cirurgião francês que fez uma pesquisa histórica e experimental exaustiva e escreveu extensivamente no assunto.
Aparentemente, a primeira prática conhecida de crucificação foi realizado pelos persas. Alexandre e seus generais trouxeram esta prática para o mundo mediterrâneo--para o Egito e para Cartago. Os romanos aparentemente aprenderam a prática dos cartagineses e (como quase tudo que os romanos fizeram) rapidamente desenvolveram nesta prática um grau muito alto de eficiência e habilidade. Vários autores romanos (Lívio, Cícero, Tácito) comentam a crucificação, e são descritas várias inovações, modificações, e variações na literatura antiga.
Por exemplo, a porção vertical da cruz (ou “stipes”) poderia ter o braço que cruzava (ou “patibulum”) fixado cerca de um metro debaixo de seu topo como nós geralmente pensamos na cruz latina. A forma mais comum usada no dia de nosso Senhor, porém, era a cruz “Tau”, formado como nossa letra “T”. Nesta cruz o patibulum era fixado ao topo do stipes. Há evidência arqueológica que foi neste tipo de cruz que Jesus foi crucificado. Sem qualquer prova histórica ou bíblica, pintores Medievais e da Renascença nos deram o retrato de Cristo levando a cruz inteira. Mas o poste vertical, ou stipes, geralmente era fixado permanentemente no chão no local de execução. O homem condenado foi forçado a levar o patibulum, pesando aproximadamente 50 quilos, da prisão para o lugar de execução.
Muitos dos pintores e a maioria dos escultores de crucificação, também mostram os cravos passados pelas palmas. Contos romanos históricos e trabalho experimental estabeleceram que os cravos foram colocados entre os ossos pequenos dos pulsos (radial e ulna) e não pelas palmas. Cravos colocados pelas palmas sairiam por entre os dedos se o corpo fosse forçado a se apoiar neles. O equívoco pode ter ocorrido por uma interpretação errada das palavras de Jesus para Tomé, “vê as minhas mãos”. Anatomistas, modernos e antigos, sempre consideraram o pulso como parte da mão.
Um titulus, ou pequena placa, declarando o crime da vítima normalmente era colocado num mastro, levado à frente da procissão da prisão, e depois pregado à cruz de forma que estendia sobre a cabeça. Este sinal com seu mastro pregado ao topo teria dado à cruz um pouco da forma característica da cruz latina.
O suor como gotas de sangue
O sofrimento físico de Jesus começou no Getsêmani. Em Lucas diz: "E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra." (Lc 22:44) Todos os truques têm sido usados por escolas modernas para explicarem esta fase, aparentemente seguindo a impressão que isto não podia acontecer. No entanto, consegue-se muito consultando a literatura médica. Apesar de muito raro, o fenômeno de suor de sangue é bem documentado. Sujeito a um stress emocional, finos capilares nas glândulas sudoríparas podem se romper, misturando assim o sangue com o suor. Este processo poderia causar fraqueza e choque. Atenção médica é necessária para prevenir hipotermia.
Após a prisão no meio da noite, Jesus foi levado ao Sinédrio e Caifás o sumo sacerdote, onde sofreu o primeiro traumatismo físico. Jesus foi esbofeteado na face por um soldado, por manter-se em silêncio ao ser interrogado por Caifás. Os soldados do palácio tamparam seus olhos e zombaram dele, pedindo para que identificasse quem o estava batendo, e esbofeteavam a Sua face.
A condenação
De manhã cedo, Jesus, surrado e com hematomas, desidratado, e exausto por não dormir, é levado ao Pretório da Fortaleza Antônia, o centro de governo do Procurador da Judéia, Pôncio Pilatos. Você deve já conhecer a tentativa de Pilatos de passar a responsabilidade para Herodes Antipas, tetrarca da Judéia. Aparentemente, Jesus não sofreu maus tratos nas mãos de Herodes e foi devolvido a Pilatos. Foi em resposta aos gritos da multidão que Pilatos ordenou que Bar-Abbas fosse solto e condenou Jesus ao açoite e à crucificação.
Há muita diferença de opinião entre autoridades sobre o fato incomum de Jesus ser açoitado como um prelúdio à crucificação. A maioria dos escritores romanos deste período não associam os dois. Muitos peritos acreditam que Pilatos originalmente mandou que Jesus fosse açoitado como o castigo completo dele. A pena de morte através de crucificação só viria em resposta à acusação da multidão de que o Procurador não estava defendendo César corretamente contra este pretendente que supostamente reivindicou ser o Rei dos judeus.
Os preparativos para as chicotadas foram realizados quando o prisioneiro era despido de suas roupas, e suas mãos amarradas a um poste, acima de sua cabeça. É duvidoso se os Romanos teriam seguido as leis judaicas quanto às chicotadas. Os judeus tinham uma lei antiga que proibia mais de 40 (quarenta) chicotadas.
O açoite
O soldado romano dá um passo a frente com o flagrum (açoite) em sua mão. Este é um chicote com várias tiras pesadas de couro com duas pequenas bolas de chumbo amarradas nas pontas de cada tira. O pesado chicote é batido com toda força contra os ombros, costas e pernas de Jesus. Primeiramente as pesadas tiras de couro cortam apenas a pele. Então, conforme as chicotadas continuam, elas cortam os tecidos debaixo da pele, rompendo os capilares e veias da pele, causando marcas de sangue, e finalmente, hemorragia arterial de vasos da musculatura.
As pequenas bolas de chumbo primeiramente produzem grandes, profundos hematomas, que se rompem com as subseqüentes chicotadas. Finalmente, a pele das costas está pendurada em tiras e toda a área está uma irreconhecível massa de tecido ensangüentado. Quando é determinado, pelo centurião responsável, que o prisioneiro está a beira da morte, então o espancamento é encerrado.
Então, Jesus, quase desmaiando é desamarrado, e lhe é permitido cair no pavimento de pedra, molhado com Seu próprio sangue. Os soldados romanos vêm uma grande piada neste Judeu, que se dizia ser o Rei. Eles atiram um manto sobre os seus ombros e colocam um pau em suas mãos, como um cetro. Eles ainda precisam de uma coroa para completar a cena. Um pequeno galho flexível, coberto de longos espinhos é enrolado em forma de uma coroa e pressionado sobre Sua cabeça. Novamente, há uma intensa hemorragia (o couro do crânio é uma das regiões mais irrigadas do nosso corpo).
Após zombarem dele, e baterem em sua face, tiram o pau de suas mãos e batem em sua cabeça, fazendo com que os espinhos se aprofundem em sua cabeça. Finalmente, cansado de seu sádico esporte, o manto é retirado de suas costas. O manto, por sua vez, já havia aderido ao sangue e grudado nas feridas. Como em uma descuidada remoção de uma atadura cirúrgica, sua retirada causa dor toturante. As feridas começam a sangrar como se ele estivesse apanhando outra vez.
A cruz
Em respeito ao costume dos judeus, os romanos devolvem a roupa de Jesus. A pesada barra horizontal da cruz á amarrada sobre seus ombros, e a procissão do Cristo condenado, dois ladrões e o destacamento dos soldados romanos para a execução, encabeçado por um centurião, começa a vagarosa jornada até o Gólgota. Apesar do esforço de andar ereto, o peso da madeira somado ao choque produzido pela grande perda de sangue, é demais para ele. Ele tropeça e cai. As lascas da madeira áspera rasgam a pele dilacerada e os músculos de seus ombros. Ele tenta se levantar, mas os músculos humanos já chegaram ao seu limite.
O centurião, ansioso para realizar a crucificação, escolhe um observador norte-africano, Simão, um Cirineu, para carregar a cruz. Jesus segue ainda sangrando, com o suor frio de choque. A jornada de mais de 800 metros da fortaleza Antônia até Gólgota é então completada. O prisioneiro é despido - exceto por um pedaço de pano que era permitido aos judeus.
A crucificação
A crucificação começa: Jesus é oferecido vinho com mirra, um leve analgésico. Jesus se recusa a beber. Simão é ordenado a colocar a barra no chão e Jesus é rapidamente jogado de costas, com seus ombros contra a madeira. O legionário procura a depressão entre os osso de seu pulso. Ele bate um pesado cravo de ferro quadrado que traspassa o pulso de Jesus, entrando na madeira. Rapidamente ele se move para o outro lado e repete a mesma ação, tomando o cuidado de não esticar os ombros demais, para possibilitar alguma flexão e movimento. A barra da cruz é então levantada e colocado em cima do poste, e sobre o topo é pregada a inscrição onde se lê: "Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus".
O pé esquerdo agora é empurrado para trás contra o pé direito, e com ambos os pés estendidos, dedos dos pés para baixo, um cravo é batido atraves deles, deixando os joelhos dobrados moderadamente. A vítima agora é crucificada. Enquanto ele cai para baixo aos poucos, com mais peso nos cravos nos pulsos a dor insuportável corre pelos dedos e para cima dos braços para explodir no cérebro – os cravos nos pulsos estão pondo pressão nos nervos medianos. Quando ele se empurra para cima para evitar este tormento de alongamento, ele coloca seu peso inteiro no cravo que passa pelos pés. Novamente há a agonia queimando do cravo que rasga pelos nervos entre os ossos dos pés.
Neste ponto, outro fenômeno ocorre. Enquanto os braços se cansam, grandes ondas de cãibras percorrem seus músculos, causando intensa dor. Com estas cãibras, vem a dificuldade de empurrar-se para cima. Pendurado por seus braços, os músculos peitorais ficam paralisados, e o músculos intercostais incapazes de agir. O ar pode ser aspirado pelos pulmões, mas não pode ser expirado. Jesus luta para se levantar a fim de fazer uma respiração. Finalmente, dióxido de carbono é acumulado nos pulmões e no sangue, e as cãibras diminuem. Esporadicamente, ele é capaz de se levantar e expirar e inspirar o oxigênio vital. Sem dúvida, foi durante este período que Jesus consegui falar as sete frases registradas:
Jesus olhando para os soldados romanos, lançando sorte sobre suas vestes disse: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. " (Lucas 23:34)
Ao ladrão arrependido, Jesus disse: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso." (Lucas 23:43)
Olhando para baixo para Maria, sua mãe, Jesus disse: “Mulher, eis aí teu filho.” E ao atemorizado e quebrantado adolescente João, “Eis aí tua mãe.” (João 19:26-27)
O próximo clamor veio do início do Salmo 22, “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
Ele passa horas de dor sem limite, ciclos de contorção, câimbras nas juntas, asfixia intermitente e parcial, intensa dor por causa das lascas enfiadas nos tecidos de suas costas dilaceradas, conforme ele se levanta contra o poste da cruz. Então outra dor agonizante começa. Uma profunda dor no peito, enquanto seu pericárdio se enche de um líquido que comprime o coração.
Lembramos o Salmo 22 versículo 14 “Derramei-me como água, e todos os meus ossos se desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim.”
Agora está quase acabado - a perda de líquidos dos tecidos atinge um nível crítico - o coração comprimido se esforça para bombear o sangue grosso e pesado aos tecidos - os pulmões torturados tentam tomar pequenos golpes de ar. Os tecidos, marcados pela desidratação, mandam seus estímulos para o cérebro.
Jesus clama “Tenho sede!” (João 19:28)
Lembramos outro versículo do profético Salmo 22 “Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da boca; assim, me deitas no pó da morte.”
Uma esponja molhada em “posca”, o vinho azedo que era a bebida dos soldados romanos, é levantada aos seus lábios. Ele, aparentemente, não toma este líquido. O corpo de Jesus chega ao extremo, e ele pode sentir o calafrio da morte passando sobre seu corpo. Este acontecimento traz as suas próximas palavras - provavelmente, um pouco mais que um torturado suspiro “Está consumado!”. (João 19:30)
Sua missão de sacrifício está concluída. Finalmente, ele pode permitir o seu corpo morrer.
Com um último esforço, ele mais uma vez pressiona o seu peso sobre os pés contra o cravo, estica as suas pernas, respira fundo e grita seu último clamor: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lucas 23:46).
O resto você sabe. Para não profanar a Páscoa, os judeus pediam para que o réus fossem despachados e removidos das cruzes. O método comum de terminar uma crucificação era por crucificatura, quebrando os ossos das pernas. Isto impedia que a vítima se levantasse, e assim eles não podiam aliviar a tensão dos músculos do peito e logo sufocaram. As pernas dos dois ladrões foram quebradas, mas, quando os soldados chegaram a Jesus viram que não era necessário.
Conclusão
Aparentemente, para ter certeza da morte, um soldado traspassou sua lança entre o quinto espaço das costelas, enfiado para cima em direção ao pericárdio, até o coração. O verso 34 do capítulo 19 do evangelho de João diz: "E imediatamente verteu sangue e água." Isto era saída de fluido do saco que recobre o coração, e o sangue do interior do coração. Nós, portanto, concluímos que nosso Senhor morreu, não de asfixia, mas de um enfarte de coração, causado por choque e constrição do coração por fluidos no pericárdio.
Assim nós tivemos nosso olhar rápido – inclusive a evidência médica – daquele epítome de maldade que o homem exibiu para com o Homem e para com Deus. Foi uma visão terrível, e mais que suficiente para nos deixar desesperados e deprimidos. Como podemos ser gratos que nós temos o grande capítulo subseqüente da clemência infinita de Deus para com o homem – o milagre da expiação e a expectativa da manhã triunfante da Páscoa.
Samaritanos

A situação social dos samaritanos
Em seu livro Jerusalém No Tempo De Jesus, o autor Joaquim Jeremias relata a situação social de várias camadas de povo da época de Cristo, a começar pelo clero, depois israelitas de origem pura, seguida pelas “profissões desprezíveis” como escravos judeus, Israelitas ilegítimos, escravos pagãos e finalmente os samaritanos.

A respeito deste grupo Jeremias relata “Descendo ao último degrau, chegamos aos samaritanos. Durante o período pós-bíblico, a atitude dos judeus para com seus vizinhos, os samaritanos, povo judeu-pagão mesclado, passou por fortes variações e por vezes mostrou-se nada comedida. Os antigos enunciados sobre o assunto não o observaram, resultando deles uma imagem falsa.
Desde o momento em que os samaritanos separaram-se da comunidade judaica e construíram seu templo sobre o Garizim (no mais tardar ao longo do século IV antes de nossa era), sérias tensões surgiram entre judeus e samaritanos. Do começo do século II antes de nossa era, temos o testemunho das palavras cheias de ódio de Eclo 50, 25-26: “Há duas nações que minha alma detesta e uma terceira que nem sequer é nação [cf. Dt 32,21] : os habitantes da montanha de Seir, os filisteus e o povo estúpido [cf. Dt 32,31] que mora em Siquém” (ou seja, os samaritanos). No que diz respeito ao período imediatamente anterior a 150 a.C., Josefo nos fala de uma disputa religiosa entre os judeus do Egito e os samaritanos, apresentada a Ptolomeu Filometor (181-145 a.C.): tratava-se da rivalidade entre os dois santuários de Jerusalém e do Garizim. Foi durante o governo do asmoneu João Hircano (134-104 a.C.) que as tensões assumiram maiores proporções; pouco depois da morte de Antíoco VII (em 129), Hircano apoderou-se de Siquém e destruiu o templo de Garizim 5. Não é de admirar que, a seguir, o ambiente se tenha mantido carregado de ódio.” (Aqui Jeremias cita a obra Testamento de Levi VII 2 “A partir de hoje [isso é dito a propósito de Gn 34,25-29], Siquém (ou seja, a cidade dos samaritanos) será chamada a cidade dos idiotas, porque nós zombamos deles como se zomba de um louco”.) - Jeremias, Joaquim Jerusalém No Tempo de Jesus, 3a edição São Paulo: Editora Paulus, 1983 pp. 464-5.
Com isso dá para imaginar como era a tensão entre o povo judeu e o povo samaritano na época de Cristo. Compreendemos um pouco melhor a reação da mulher Samaritana ao pedido de Jesus por um copo de água (João 4:9) e dos discípulos Tiago e João reagindo à falta de hospitalidade dos samaritanos em Lucas 9:54. Estes detalhes históricos não justificam as reações, mas, nos ajudam a compreender melhor sua origem.

As origens dos Samaritanos
Há duas visões, bastante contraditórias sobre as origens dos Samaritanos. O ponto de visita Judaica é que os Samaritanos foram os descendentes de colonizadores que Salmaneser, rei da Assíria, teria trazido de Cuta, Hamate e Babilônia depois que conquistou a Samaria em 722 a.C. e levou a população local ao cativeiro (2 Reis 17). Qualquer conhecimento da religião Judaica que eles tinham teria sido superficial e misturado com paganismo. Foi por esse motivo que os Samaritanos teriam tentado impedir os esforços de Esdras e Neemias para reconstruir Jerusalém e re-estabelecer o santuário lá (veja Esdras 4:2ss; Ne 2:19; 4:2ss).De acordo com os Samaritanos a versão Judaica não passa de uma terrível enganação. Segundo eles, a deportação em 722 não foi nem total nem permanente. Segundo eles, os deportados voltaram depois de cinqüenta e cinco anos. Na versão dos Samaritanos o conflito com os Judeus remonta para a época de Eli, que, por conta própria, teria estabelecido um santuário em Siló, enquanto o verdadeiro “lugar escolhido” prescrito na lei de Moisés seria no Monte Gerizim. Este erro foi mais tarde reforçado por Esdras que deturpou o texto sagrado e assim seduziu o povo no retorno da Babilônia para construírem o templo sagrado no capital da Judéia. De acordo com alguns indícios históricos, após a queda da Samaria em 722, a população local foi deportada em parte, mas, uma parte permaneceu. Foram introduzidos colonizadores estranhos que se misturaram com a população que permaneceu. Houve uma mistura entre o remanescente de Israelitas e os colonizadores estrangeiros. Por motivos tendenciosos, a versão judaica ignora o primeiro grupo e os Samaritanos o segundo
JOÃO 1.1 — Jesus é Deus ou apenas um deus?


A MÁ INTERPRETAÇÃO: A tradução Novo Mundo, das Testemunhas de Jeová, mostra esse verso do seguinte modo: "A Palavra [Cristo] era um deus" (a inserção foi adicionada pelos autores). A revista Torre de Via afirma que "pela ausência do artigo definido ‘o’ (hó), isso significa que Cristo é apenas um deus, e não o Deus" (Revista Torre de Vigia, 7 de dezembro de 1995, pág.4). Eles acreditam, de fato, que Jesus é apenas um ser criado, Miguel o Arcanjo (Revista Torre de Vigia de 15 de maio de 1969, pág.307).

O texto grego de João 1.1 "não está dizendo que a Palavra (Jesus) era como o Deus com quem Ele estava mas, antes, que a Palavra era semelhante a um deus, divina, um deus" (Reasoning from the Scriptures, 1989, pág.212).

CORRIGINDO A MÁ INTERPRETAÇÃO: Não é correto traduzir esse verso como "A Palavra era um deus", e também não é correto negar a divindade de Cristo. A completa divindade de Cristo é apoiada por outras referências em João (por exemplo, 8.58; 10.30; 20.28), bem como ao longo de todo o Novo Testamento (por exemplo, Cl 1.15,16; 2.9; Tt 2.13; Hb 1.8). Além do mais, não é necessário traduzir substantivos no grego que não estejam acompanhados de artigos definidos como se estivessem acompanhados por um artigo indefinido (pois não existem artigos indefinidos no grego). Em outras palavras, theos ("Deus") sem estar acompanhado pelo artigo definido "o" (hó), não deve ser traduzido como "um deus", como as Testemunhas de Jeová fizeram quando se referiram a Cristo. É importante destacar que o termo "theos" sem o artigo definido "hó" é utilizado no Novo Testamento referindo-se ao Deus Jeová. A falta do artigo definido em Lucas 20.38, referindo-se a Jeová, não significa que Ele seja um Deus menor; assim como a falta do artigo definido em João 1.1, referindo-se a Jesus, também não significa que Ele seja um Deus menor. O fato é que a presença ou a ausência do artigo definido não alteram o significado fundamental do termo "theos". Se João tivesse a intenção de dar à frase um sentido adjetivo ("que a Palavra era semelhante a um deus, ou divina — um deus"), ele teria à disposição um adjetivo (theios) pronto, a mão, que poderia perfeitamente ter sido utilizado. Ao contrário, João diz que a Palavra é Deus (theos).

De modo contrário às alegações da Sociedade Torre de Vigia, alguns textos do Novo Testamento utilizam o artigo definido referindo-se a Cristo como "o Deus" (hó theos). Um exemplo disso é João 20.28, onde Tomé diz a Jesus: "Senhor meu, e Deus meu!" No texto grego lê-se literalmente "O Meu Senhor e o meu Deus [hó theos]" (veja também Mt 1.23 e Hb 1.8). Então não importa se João utilizou ou não o artigo definido, no capítulo 1 e verso 1 — a Bíblia claramente ensina que Jesus é Deus, e não apenas um deus.

Os eruditos gregos têm refutado completamente a tradução da Torre de Vigia. O doutor Julius Mantey, falando a respeito da tradução das Testemunhas de Jeová, referindo-se ao texto em João 1.1 diz: "99 por cento dos estudiosos do mundo que conhecem o idioma grego e ajudaram a traduzir a Bíblia estão em desacordo com as Testemunhas de Jeová" (Mantey, 3.3, 5).

Que Jesus é Jeová (Yahweh) está claro, a partir do fato de que o Novo Testamento aplica a Jesus, de modo consistente, passagens e atributos que no Antigo Testamento eram aplicáveis apenas a Jeová (compare Êx 3.14 com Jo 8.58; Is 6.1-5 com Jo 12.41; Is 44.24 com Cl 1.16; Ez 43.2 com Ap 1.15; Zc 12.10 com Ap 1.7)
MATEUS 11.14
— Jesus disse que João Batista era Elias reencarnado?

A MÁ INTERPRETAÇÃO: Jesus refere-se aqui a João Batista como "o Elias que havia de vir" (confira Mt 17.12; Mc 9.11-13). Mas uma vez que Elias havia morrido há muitos séculos antes dessa ocasião, alguns reencarnacionistas têm alegado que João deve ter sido uma reencarnação de Elias.

CORRIGINDO A MÁ INTERPRETAÇÃO: Existem muitas razões pelas quais esse verso não oferece qualquer suporte à visão oriental, ou da Nova Era, sobre a reencarnação.

Mesmo que fosse possível mostrar essa passagem como uma referência a Elias ter reencarnado em João Batista, ainda se trataria de uma reencarnação muito diferente daquela que é pregada pelas seitas da Nova Era: 1) Se isso fosse verdade, seria uma reencarnação única, e não seguiria o modelo de reencarnações infindáveis como pregado pelas religiões orientais; 2) Se isso fosse verdade, teria ocorrido no contexto teísta e não na visão panteísta de mundo; 3) Não haveria o conceito de karma, através do qual essas seitas dizem que uma pessoa se reencarna para ser punida pelo que aconteceu em uma existência prévia. Ora, dificilmente o fato de retornar como o maior profeta que precedeu Jesus teria sido um castigo para Elias (Mt 11.11).

Contudo, não é necessário entender essa passagem como uma reencarnação literal de Elias. Existem várias indicações no próprio texto de que ela significa simplesmente que João ministrou no espírito e poder de Elias. Em primeiro lugar, João e Elias não tiveram o mesmo ser — eles tiveram a mesma função. Jesus não estava ensinando que João Batista fosse literalmente Elias, mas apenas que ele veio "no espírito e virtude de Elias" (Lc 1.17), com o fim de dar continuidade ao ministério profético de Elias.

Em segundo lugar, os discípulos de Jesus compreenderam que Ele estava falando a respeito de João Batista, uma vez que Elias apareceu no monte da transfiguração (Mt 17.10-13). Como o profeta nessa ocasião já havia vivido e morrido, e uma vez que Elias ainda possuía o mesmo nome e a sua própria consciência, é óbvio que Elias não havia reencarnado em João Batista.

Em terceiro lugar, Elias não se enquadra no modelo proposto pelos defensores da reencarnação, pois ele não morreu. Ele foi tomado e levado ao céu do mesmo modo que Enoque, que "não viu a morte" (2 Rs 2.11; conf. Hb. 11.5). De acordo com a crença tradicional das seitas a respeito da reencarnação, uma pessoa precisa primeiramente morrer antes que possa ser reencarnada em outro corpo.

Em quarto lugar, essa passagem deve ser compreendida à luz dos ensinos claros das Escrituras, que são contrários à reencarnação. Hebreus 9.27, por exemplo, declara: "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo"
MATEUS 11.14
— Jesus disse que João Batista era Elias reencarnado?

A MÁ INTERPRETAÇÃO: Jesus refere-se aqui a João Batista como "o Elias que havia de vir" (confira Mt 17.12; Mc 9.11-13). Mas uma vez que Elias havia morrido há muitos séculos antes dessa ocasião, alguns reencarnacionistas têm alegado que João deve ter sido uma reencarnação de Elias.

CORRIGINDO A MÁ INTERPRETAÇÃO: Existem muitas razões pelas quais esse verso não oferece qualquer suporte à visão oriental, ou da Nova Era, sobre a reencarnação.

Mesmo que fosse possível mostrar essa passagem como uma referência a Elias ter reencarnado em João Batista, ainda se trataria de uma reencarnação muito diferente daquela que é pregada pelas seitas da Nova Era: 1) Se isso fosse verdade, seria uma reencarnação única, e não seguiria o modelo de reencarnações infindáveis como pregado pelas religiões orientais; 2) Se isso fosse verdade, teria ocorrido no contexto teísta e não na visão panteísta de mundo; 3) Não haveria o conceito de karma, através do qual essas seitas dizem que uma pessoa se reencarna para ser punida pelo que aconteceu em uma existência prévia. Ora, dificilmente o fato de retornar como o maior profeta que precedeu Jesus teria sido um castigo para Elias (Mt 11.11).

Contudo, não é necessário entender essa passagem como uma reencarnação literal de Elias. Existem várias indicações no próprio texto de que ela significa simplesmente que João ministrou no espírito e poder de Elias. Em primeiro lugar, João e Elias não tiveram o mesmo ser — eles tiveram a mesma função. Jesus não estava ensinando que João Batista fosse literalmente Elias, mas apenas que ele veio "no espírito e virtude de Elias" (Lc 1.17), com o fim de dar continuidade ao ministério profético de Elias.

Em segundo lugar, os discípulos de Jesus compreenderam que Ele estava falando a respeito de João Batista, uma vez que Elias apareceu no monte da transfiguração (Mt 17.10-13). Como o profeta nessa ocasião já havia vivido e morrido, e uma vez que Elias ainda possuía o mesmo nome e a sua própria consciência, é óbvio que Elias não havia reencarnado em João Batista.

Em terceiro lugar, Elias não se enquadra no modelo proposto pelos defensores da reencarnação, pois ele não morreu. Ele foi tomado e levado ao céu do mesmo modo que Enoque, que "não viu a morte" (2 Rs 2.11; conf. Hb. 11.5). De acordo com a crença tradicional das seitas a respeito da reencarnação, uma pessoa precisa primeiramente morrer antes que possa ser reencarnada em outro corpo.

Em quarto lugar, essa passagem deve ser compreendida à luz dos ensinos claros das Escrituras, que são contrários à reencarnação. Hebreus 9.27, por exemplo, declara: "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo"
Idolatria, ritualismo e outros erros semelhantes são deturpações onde "tomou-se a forma e esqueceu-se a função". O caso clássico deste problema de não agrupar bem o binômio "forma-função" é o que ocorreu com a serpente de bronze na história de Israel. Em Números 21.4-9 vemo-la sendo levantada por Moisés, sob orientação divina, para curar os que tinham fé obediente entre os israelitas. A forma da serpente tinha a função de despertar e evidenciar a fé do povo. Quem tinha fé, olhava para a serpente e a mordedura das cobras não lhes faria mal. Os incrédulos e desobedientes, ao serem mordidos pelas mesmas serpentes, não obedeceriam a ordem de fé e morreriam em grande desespero.

A história da serpente de bronze, contudo, não terminou ali. Em 2 Reis 18.4 somos informados que o rei Ezequias destruiu esta mesma serpente. O motivo da destruição foi o fato dos israelitas adorarem essa imagem de bronze, como um ídolo, um talismã ou um deus. Eles tomaram a mesma forma, de fato o mesmo objeto que Moisés tinha feito, mas mudaram completamente a sua função. O provérbio de Jesus que vamos estudar observa o mesmo problema, em outra situação, e ensina como solucioná-lo.

FORMA CERTA E FUNÇÃO ERRADA

O judaísmo do tempo de Jesus estava cheio de usos errados das formas-funções estabelecidas no Velho Testamento. Um exemplo disto pode ser visto no início do Sermão da Montanha (Mateus 5) ou no discurso contra os líderes religiosos (Mateus 23).

O modo como a tradição judaica encarava o sábado também era um exemplo desta distorção das formas e funções veterotestamentárias. O sábado deveria servir para descanso e meditação, mas acabou sendo transformado em um pesadelo de regulamentos e listas "pode e não-pode".

Jesus corrigiu este problema ensinando: "O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado" (Marcos 2.27). Este aforismo acaba com os conceitos errados sobre a função do sábado.

Como era o costume de Jesus ao ensinar, ele volta à raiz da instituição para poder compreendê-la melhor. O Senhor faz referência à criação e pede que observemos a intenção do Criador ao estabelecer, posteriormente, a instituição do repouso sabático.

Este provérbio foi construído num claro caso de paralelismo antitético, onde as frases têm idéias que se contrapõem. Nos provérbios construídos em paralelismo antitético, geralmente a última frase da parelha recebe maior ênfase, mas este não é o caso aqui. Este provérbio é uma exceção à regra geral (ver Introdução), pois enfatiza mais a idéia: "o sábado foi feito por causa do homem". Esta quebra da regra geral também se explica pelo desejo de Jesus de enfatizar uma frase anexa ao provérbio onde ele disse: "de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado" (Marcos 2.28). Assim o provérbio tem ênfase na primeira frase do par antitético e também na frase anexa ao final.

O provérbio está em forma quiástica:
A "O sábado foi estabelecido
B por causa do homem,
B' e não o homem
A' por causa do sábado;
C de sorte que o Filho do homem
C' é senhor também do sábado" (Marcos 2.27)

A RAZÃO DA PERSEGUIÇÃO

Marcos 2.1-3.6 marca, neste evangelho, o início dos conflitos de Jesus com os líderes religiosos dos judeus que geraram conspirações (Marcos 3.6) que vão persistir (Marcos 12.13) e culminar na morte de Jesus (Marcos 14.1).

Esta oposição "mortal" nasceu no coração dos religiosos contemporâneos de Jesus pelo fato dele não concordar com a interpretação "oficial" da Lei, ou seja, Jesus discordava da Tradição Oral dos mestres judaicos em vários aspectos. Uma das questões sobre o sábado (Marcos 2.23-28), onde ocorre o provérbio que estamos estudando encontra-se exatamente dentro desta seção do evangelho.

INTERPRETAÇÃO OFICIAL CONTRA INTERPRETAÇÃO ORIGINAL

O que Jesus e os discípulos estavam fazendo em Marcos 2.23 seria perfeitamente lícito aos olhos dos fariseus se não fosse realizado no sábado (Deuteronômio 23.25). A Tradição Oral determinava minuciosamente o que podia e não podia ser feito aos sábados. Havia até uma lista de 39 verbos (trabalhos) que não podiam ser feitos naquele dia. Quatro destes verbos (colher, debulhar, limpar e preparar) eram descrições do que os discípulos estava fazendo ao comer.

Jesus combateu a tradição judaica muitas vezes, especialmente as tradições com respeito ao sétimo dia. Há uma grande quantidade de situações onde Jesus entrou em choque com os judeus nesta questão (Marcos 3.1-6; Lucas 13.10-17; 14.1-6; João 5.1-9,16-17; 7.22; 9.1-14). A seita dos chamados essênios, por exemplo, proibia claramente que um homem tirasse de uma cisterna ou fosso um animal que ali tivesse caído (Documento de Damasco, 11.13-14). Jesus, e até mesmo a maioria dos judeus, achava isto um absurdo (Mateus 12.11; Lucas 14.5, também 13.15).

O Mestre citou o exemplo de Davi em 1 Samuel 21.1-6 para chamar atenção dos seus opositores ao fato que nem tudo pode ser resumido ou explicado pela tradição rabínica. Davi comeu os pães da proposição (Levítico 24.5-9) numa situação de perigo de vida e não foi punido por isto. De fato, este evento ocorreu num sábado, dia no qual os pães eram retirados do tabernáculo, substituídos por outros e disponibilizados aos sacerdotes para seu alimento. Tal fato não prova que os pães da proposição podiam ser comidos por qualquer um; pelo contrário, a exceção prova a regra. Quebrar a lei de Deus quando houver necessidade não é o que Jesus ensina aqui. O que fica provado é que o modo rígido e legalista dos fariseus de interpretar a Lei não explicava tudo (Marcos 2.25-26).

De fato, Davi só comeu os pães da proposição impunemente por ter Deus concedido a ele esta prerrogativa naquele momento. De uma forma similar, Jesus tem prerrogativas e autoridade superiores às da Tradição e da própria Lei judaica. Jesus está dizendo: "Se Davi teve autorização para quebrar o protocolo, muito mais o Senhor de Davi pode fazê-lo".

Mateus ainda menciona o caso dos sacerdotes judaicos que trabalham no templo em pleno sábado (Mateus 12.5-7). Se o serviço no templo exige a suspensão da lei do sábado para alguns, a obra de Jesus exige a suspensão da mesma lei, pois Jesus é maior que o templo (Mateus 12.6). Se o templo era maior que o sábado e se Jesus era maior que o templo, certamente era maior que o sábado, um dos grandes preceitos da Lei.

Em tudo isto pode-se notar também que há prioridades dentro das prescrições da Lei, e que há momentos em que um princípio maior supera outras regras menores. A citação de Oséias 6.6 aponta nesta direção. 0 ritual não é maior que a fidelidade; a palavra do Cristo era maior que o ritual do sábado.

A RAZÃO DA INSTITUIÇÃO DO SÁBADO

O provérbio "O sábado foi estabelecido (feito) por causa do homem, e não o homem por causa do sábado" é peculiar a Marcos, não sendo retomada por Mateus e Lucas. É difícil saber o motivo da omissão da frase nestes dois evangelhos. O interesse pode ser simplesmente o de resumir Marcos, gerando espaço para introduzir outros materiais. Este é o costume de Mateus e Lucas. Outro motivo seria o de eliminar qualquer ambigüidade ou mau uso da frase nas comunidades receptoras das obras, embora seja muito questionável e difícil imaginar quais seriam estes maus usos do provérbio.

Mateus e Lucas, ao omitirem o provérbio que estamos estudando, colocaram toda a ênfase do episódio na frase: "O Filho do Homem é senhor do sábado" (Mateus 12.8 e Lucas 6.5). Lucas, inclusive, por não mencionar (como faz Mateus) a questão do serviço do templo, faz com que o leitor seja claramente induzido a entender a comparação que Jesus fez de si mesmo com Davi. Observe que Jesus, como Davi, era o ungido de Deus, que agia sob orientação divina e por causa disto tinha grande autoridade.

"O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado" é uma clara alusão à criação. Jesus usa o verbo na chamada voz passiva (`foi feito") para designar a ação de Deus. Deus criou o homem no sexto dia e estabeleceu o sétimo como dia de repouso.

A própria ordem da criação indica que o homem era o alvo do benefício do repouso sabático. Contudo, o modo rabínico de interpretar o Velho Pacto afastava o mandamento das intenções originais de Deus. O sábado, que era para ser um dom, um presente e um dia de refrigério, acabou sendo um dia de castigo, de opressão e de tensão devido à grande carga de mandamentos associados com ele e dos inúmeros preceitos reguladores. Esqueceram a função do sábado e ficaram apenas com a sua forma externa.

Este método de recorrer às origens e à criação para resolver questões é característico de Jesus. Na questão do divórcio, narrada em Marcos 10.2-12, enquanto todos buscavam alguma "interpretação" que permitisse o divórcio, Jesus buscava a intenção original do Cria-dor na instituição do primeiro casal (Marcos 12.6-9).

O SENHOR DO SÁBADO

Jesus arremata a questão dizendo: "De sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado" (Marcos 2.28). No evangelho de Marcos esta frase aparece como conclusão do texto, mas apresenta uma verdade que é anterior à argumentação. De fato, o ensino que Jesus é o Senhor do sábado e de tudo mais permite que ele diga como que o mandamento do sábado deve ser obedecido. A razão para aceitar o ensino de Jesus é o fato dele ser o Filho do Homem. Seu ensino não tem validade apenas por sua lógica ou por sua veracidade, mas sobre-tudo por causa de sua autoridade. O modo de Jesus interpretar a questão é importante, pois a norma é ele mesmo. A era messiânica já havia começado, e o conhecimento de quem era o Messias traria compreensão para saber cumprir a vontade de Deus.

APLICAÇÃO

Quatro lições para serem lembradas e desenvolvidas são:

1. Aprenda com Jesus a interpretar a Palavra de Deus.
O método de Jesus para interpretar a Bíblia é exemplo para nós. Jesus buscava compreender a "intenção original do Criador" ao ensinar um mandamento. O Sermão da Montanha está saturado de exemplos deste tipo de interpretação. "Não adulterarás ", no entender de Jesus, é uma recomendação à pureza de mente e não apenas a proibição do ato ilícito (Mateus 5.27-28). Jesus está expondo as intenções de Deus e não apenas a "letra" do mandamento. O caso de Marcos 10.2-12 é do mesmo tipo. A lição para nós é clara e aplicável a muitas situações: é necessário cumprir não somente a forma exterior do mandamento, mas também entender, respeitar e cumprir as intenções divinas por trás daquela ordem. Procedendo assim, não iremos manter uma forma com a função errada.

2. O sábado hoje.
Na Nova Aliança não temos de guardar o sábado (Colossenses 2.16; Gálatas 4.10-11). Nove dos dez mandamentos estão repetidos na Nova Aliança como mandamentos para a igreja: o mandamento do sábado é a exceção. Ele foi abolido com a lei do Velho Testamento (Hebreus 8.6-13). Também não temos de guardar o domingo. Temos de nos reunir no domingo para participar da ceia do Senhor, ofertar a Deus e ter comunhão com os irmãos (Atos 20.7; 1 Coríntios 16.2;
Apocalipse 1.10), mas isso não implica em guardar esse dia como dia de repouso. O sábado foi uma lei somente para os judeus (Êxodo 20.2; Deuteronômio 5.1-3). O sábado que aguardamos é o céu (Hebreus 4.9-11).

3. A bondade de Deus.
O provérbio "o sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado"
não deve ser usado para exigir obediência ao descanso do sábado; muito pelo contrário, ele só determina a intenção original do estabelecimento do mandamento e a forma como devia ser praticado. Não fala nada a respeito de sua validade para hoje ou não. Ensina, contudo, que mais importante que o sábado em si mesmo é a bondade de Deus em estabelecer este mandamento. Deus é tão bom que providenciou um momento do homem descansar e contemplar o Criador. Jesus é o Senhor do sábado e de tudo mais: foi ele que alterou este manda-mento, convidando-nos agora para o descanso celestial.

4. Jesus é o Senhor.
Esta é a confissão de fé fundamental da igreja de Deus (1 Coríntios 12.3; Romanos 10.9-10). Seu senhorio é exercido sobre todo o domínio das coisas espirituais. Ele tem toda autoridade (Mateus 28.18) e direciona a compreensão das Escrituras conforme sua determinação. Jesus governa sobre todas as coisas do Pai.
Tema Específico: As loucuras do materialismo.Afirmação Teológica: Uma das maiores verdades deste texto bíblico é a seguinte:
OS VERDADEIROS LOUCOS SÃO AQUELES QUE CONFIAM NOS SEUS BENS MATERIAIS.
- Jesus chamou de louco este homem da história, por causa das suas loucuras. Aos olhos de Jesus...1. É LOUCURA SER MATERIALISTA - vs 16. Este homem só se preocupou em ajuntar bens materiais. Esqueceu-se dos demais aspectos da existência humana: físico, intelectual, afetivo e espiritual. FELICIDADE É SER RICO EM TODAS AS ÁREAS DA VIDA. FELICIDADE É SER RICO AOS OLHOS DE DEUS.2. É LOUCURA SER EGOÍSTA - vs 17-18. Este homem só se preocupou consigo mesmo. Queria juntar tudo para ele. Esqueceu-se daqueles que sofrem, passam fome, necessidades, humilhações. Esqueceu-se que a oração do Pai Nosso nos ensina que o pão de cada dia é NOSSO - Mt 6.11. FELICIDADE É PODER AJUDAR ALGUÉM (Melhor é dar do que receber) FELICIDADE É SER RICO AOS OLHOS DE DEUS.3. É LOUCURA ACREDITAR QUE RIQUEZA TRAZ FELICIDADE - vs 19. Dinheiro não traz nem manda buscar felicidade. Este homem só se preocupou com as grandes conquistas, esqueceu-se que a felicidade pode ser encontrada em coisas que são quase de graça, pequenas coisas como: rolar na grama com uma criança, comer pipoca com os amigos, dar risada, ver o pôr do sol, andar de bicicleta, acampar, pescar com os filhos, andar de mãos dadas com a esposa, etc. FELICIDADE É SABER DAR VALOR ÀS PEQUENAS ALEGRIAS DA VIDA FELICIDADE É SER RICO AOS OLHOS DE DEUS.4. É LOUCURA VIVER DESPREPARADO PARA MORRER - vs. 20 Este homem só se preocupou com esta vida. Esqueceu-se da vida eterna. Estava despreparado para morrer. FELICIDADE É NÃO TER MEDO DO PÓS-MORTE FELICIDADE É SER RICO AOS OLHOS DE DEUS.ConclusãoÉ loucura ser materialista, egoísta, acreditar que riqueza traz felicidade e viver despreparado para morrer.FELICIDADE É SER RICO EM TODAS AS ÁREAS DA VIDA.FELICIDADE É PODER AJUDAR ALGUÉMFELICIDADE É SABER DAR VALOR ÀS PEQUENAS ALEGRIAS DA VIDAFELICIDADE É NÃO TER MEDO DO PÓS-MORTEFELICIDADE É SER RICO AOS OLHOS DE DEUS
Propósito Geral: Consolador.Tema Específico: "Tomar posse".Afirmação Teológica: Uma das maiores verdades deste texto bíblico é esta:
"TOMAR POSSE" DA BENÇÃO É UM PROCESSOQUE PODE DURAR TODA UMA VIDA.
- E porque dizemos que é um processo (e não um ato, como alguns ensinam)? Por que o "tomar posse" é composto de diversas FASES:1. COMEÇA COM UMA PROMESSA ESPECÍFICA DE DEUS "... segundo lhe ordenara o Senhor" - vs 13 (ver Números 14.24). Nem todas as promessas de Deus são para todos. Muitas pessoas estão tentando tomar posse de bençãos que lhes não foram prometidas por Deus.2. PASSA POR UM PERÍODO DE QUARENTENA "... 45 anos há desde que o Senhor falou esta palavra" - Josué 14.10. - Calebe estava pronto para entrar na promessa, mas seus conterrâneos, não! Por isso ele teve que andar com eles 40 anos no deserto, sem perder a paciência ou a fé. Muitas vezes já estamos prontos para receber a benção, mas nossos familiares, não.3. COMPLETA-SE SOMENTE APÓS MUITA LUTA E TRABALHO 3.1 - Calebe teve que expulsar os inimigos de sua posse "... expulsou Calebe os três filhos de Anaque" - vs 14. A terra era dele por promessa divina, mas ele teve que expulsar os gigantescos inimigos que lá moravam para efetivamente tomar posse da sua benção. Quantos e quais inimigos temos que derrotar dentro de nossas casas antes de entrar na benção? 3.2 - Calebe teve a humildade de pedir ajuda "... a quem derrotar Quiriate-Sefer e a tomar, darei minha filha Acsa por mulher" - vs 16. Havia várias frentes de batalha e Calebe, apesar de sua valentia e disposição (Josué 14.11), sabia que não iria dar conta de todos estes problemas sozinho, por isso não titubeou em pedir ajuda. 3.3 - Calebe teve que trabalhar muito para transformar aquela terra árida num larConclusão:Afirmamos que o "tomar posse" da benção não é um ato isolado, mas um processo por que tem fases distintas:- começa com uma promessa específica de Deus;- passa por um período de quarentena;- completa-se somente após muita luta e trabalho.
A MATEMÁTICA DO MILAGREMateus 14.13-21
Propósito Geral: Consagratório.Tema Específico: O milagre da multiplicação.Idéia Central do Sermão:
JESUS CONTINUA FAZENDO O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO
Frase de Efeito: APLIQUE EM SUA VIDA A MATEMÁTICA DO MILAGRE.Pergunta de Ligação: - Como podemos fazer isso? Observando as OPERAÇÕES DA MATEMÁTICA DO MILAGRE relatadas neste texto: PRIMEIRA OPERAÇÃO DA MATEMÁTICA DO MILAGRE: DIMINUIR A HIPOCRISIA (até acabar com ela) - vs 15.Tema do Meio: Hipocrisia.Explicação: Os discípulos não estavam preocupados com a multidão, como pode parecer à primeira vista. Lendo o contexto imediatamente anterior, vemos que João Batista havia sido morto pelo rei. Os discípulos estavam, naturalmente, assustados e com medo que algo ruim também acontesse a eles e a Jesus. Apesar do seu discurso tão piedoso, eles, na verdade, queriam apenas se livrar daquela gente, pois uma multidão com fome sempre é um grande problema e um tumulto facilmente poderia se desencadear com eles no centro das atenções, e com grandes chances de serem responsabilizados pelo desastre. Em outras palavras, eles estavam sendo hipócritas. Mas Jesus não "engoliu" sua farsa ("A multidão não precisa ir embora" - disse-lhes o Mestre), pois o Nosso Senhor não fará milagres enquanto houver hipocrisia em nossos lábios e em nossos corações.Ilustração: Um jovem vivia se negando à obra de Deus, alegando para o seu pastor que não tinha tempo, pois trabalhava de dia e estudava à noite. Mas sua máscara caiu no dia em que ele arranjou uma namorada. A partir daquele momento ele arranjava tempo de sobra para namorar, todos os dias e aos finais de semana.Fundamentação: Isaías 29.13: "Este povo... com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim..."Opinião Contrária: _____________________________________________Ponto-Cruz: _____________________________________________Glorificação: _____________________________________________Aplicação: Hipócrita é aquele pecador que antigamente fazia tanto pelo pecado e agora faz tão pouco por Jesus: - Antes, ele andava a distância que fosse para satisfazer seus desejos. Agora acha que a igreja é longe. - Enfrentava qualquer tempo. Agora qualquer chuvinha o faz faltar aos cultos. - Gastava grande parte do seu salário para sustentar seus vícios. Agora acha o dízimo pesado. - Gastava horas com bares, festas, jogos etc. Agora acha que um culto de 2 horas é inadimissível. - Dava tudo de si para as coisas do mundo. Agora nega seu tempo, recursos e talentos para Jesus.Apelo do Meio: _____________________________________________SEGUNDA OPERAÇÃO DA MATEMÁTICA DO MILAGRE: SOMAR RESPONSABILIDADE - vs 16.Tema do Meio: ResponsabilidadeExplicação: Jesus foi bem enfático: "Dai-lhe vós de comer". O problema da fome das multidões É NOSSO! É nossa responsabilidade. Jesus não fará nenhum milagre de multiplicação enquanto não assumirmos a nossa responsabilidade. Ele vai multiplicar, mas não para mim, para eu satisfazer meus desejos e caprichos, mas para que NÓS tenhamos condições de dar conta das nossas responsabilidades. Ilustração: _____________________________________________Fundamentação: Mateus 10.Opinião Contrária: _____________________________________________Ponto-Cruz: _____________________________________________Glorificação: _____________________________________________Aplicação: O problema dos jovens não é problema do pastor, É PROBLEMA NOSSO. O problema das crianças não é problema do governo, É PROBLEMA NOSSO, etc.Apelo do Meio: _____________________________________________TERCEIRA OPERAÇÃO DA MATEMÁTICA DO MILAGRE: DIVIDIR OS RECURSOS - vs 17-19.Tema do Meio: Dedicação.Explicação: Antes de ver a multiplicação, os discípulos tiveram que colocar seus escassos recursos nas mãos de Jesus e vê-lo partindo (dividindo) o pão. Antes de vermos o milagre da multiplicação em nossas vidas, temos que fazer o mesmo. Temos que colocar todos os nossos recursos em suas mãos e deixá-lo dividir à vontade.Ilustração: _____________________________________________Fundamentação: Mateus 16.25: "Quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á".Opinião Contrária: _____________________________________________Ponto-Cruz: _____________________________________________Glorificação: _____________________________________________Aplicação: Provavelmente Jesus vai ordenar que você divida seu tempo, bens e talentos, antes de multiplicá-los.Apelo do Meio: _____________________________________________QUARTA OPERAÇÃO DA MATEMÁTICA DO MILAGRE: MULTIPLICAR - vs 20-21.Esta operação da Matemática do Milagre não é o homem quem faz. É Jesus. Aleluia!Quando o homem, de todo o seu coração e sem reservas, faz as três primeiras Operações, Jesus, sem pestanejar, faz a última: A tão esperada e maravilhosa multiplicação!Não vai faltar, nem para você nem para ninguém. Os escassos recursos dos discípulos era insuficientes até para eles mesmos, mas, nas mãos de Jesus, eles se multiplicaram e todo mundo se fartou e ainda sobraram 12 cestos.CONCLUSÃO- Diminua a hipocrisia (até acabar com ela).- Some as responsabilidade (o problema é nosso).- Divida seus escassos recursos (tempo, bens e talentos).E creia nesta palavra: Não vai faltar, nem para você nem para ninguém ao seu redor, pois Jesus vai multiplicar.
Deus seja louvado!
MARIOLATRIA

(Mary Ann Collins - Ex-freira católica)

Como católica fiel, e mais tarde freira, eu era devota de Maria. As orações e práticas marianas me eram muito familiares. Eram ensinadas por pessoas sinceras. Eu sempre rezava o rosário e fazia novenas. Usava o escapulário marrom e uma medalha milagrosa. Visitava os santuários marianos. Possuía uma bela imagem de Maria. Freqüentava os cultos especiais onde se invocava Maria, recitando a liturgia de títulos que a honravam. Lia livros sobre as aparições de Maria e sonhava em visitar os santuários de Lourdes e Fátima. Participava de procissões em honra a Maria. Uma imagem dela era colocada num andor decorado com flores. Havia suportes no andor, de modo que os homens pudessem carregá-lo. Esses homens percorriam as ruas carregando a imagem sobre o andor. Atrás da imagem seguiam os fiéis cantando hinos de louvor a Maria.
Seria isso adoração? Naquele tempo esta pergunta jamais me ocorreu, mas hoje, relembrando tudo aquilo, eu acredito que sim!

Prioridades

Como podemos saber quais são as prioridades de alguém? Basta observar como ele reage numa situação crítica de sua vida.
O Papa JP2 foi alvejado em 13/05/1981. Enquanto a ambulância corria para o hospital, o Papa não orava a Deus nem clamava pelo nome de Jesus. Em vez disso, ele ia o tempo inteiro repetindo: “Maria, minha mãe!” Os peregrinos poloneses colocaram um quadro de Nossa Senhora de Cracóvia, no trono onde o Papa costumava se sentar. As pessoas se reuniam ao redor desse quadro. Os porta-vozes do Vaticano transmitiam preces do rosário. Quando o Papa se recuperou, deu toda a glória a Maria, porque ela salvou sua vida, e fez uma peregrinação a Fátima para agradecer-lhe publicamente (1).
Outro teste sobre a prioridade de uma pessoa é observar o que ela faz com o seu dinheiro. Jesus disse em Lucas 12:34: “Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração”.
Algumas imagens de Maria usam coroas reais feitas de ouro (2). Vastas somas de dinheiro são gastas em imagens especiais de Maria. Por exemplo, a Catedral de Saragossa (Espanha) tem uma imagem de Maria usando uma coroa de 25 libras de ouro e diamantes, com tantos diamantes que mal se pode ver o ouro. Além desta, a imagem possui outras seis coroas de ouro, diamantes e esmeraldas. Ela possui 365 mantos bordados a ouro, decorados com diamantes e outras pedras preciosas. Ela tem 365 colares feitos de pérolas e diamantes e seis braceletes de ouro cravejados de diamantes (3).





Honrando Maria

Em Savana Grande, Porto Rico, estão fazendo preparações para a construção de uma estatua de Nossa Senhora do Rosário com 365 pés de altura (será tão grande como a Estatua da Liberdade). O plano inclui capelas, salões de conferências, apartamentos, praça de alimentação, plataforma de observação e estações de rádio e TV. A estatua vai fazer parte do complexo “Cidade Mística” de 500 acres (4).
As procissões carregando a imagem de Maria são tradicionais. Elas reúnem algumas pessoas e até multidões. Em Fátima (Portugal), multidões acima de um milhão de pessoas se reúnem no aniversário da aparição de Nossa Senhora de Fátima. A celebração inclui a procissão de um milhão de pessoas acompanhando a estatua e cantando hinos em seu louvor. (5).
Uma das orações tradicionais recitadas em honra a Maria é a “Salve Rainha”. Nela está incluída uma porção do rosário. Vejamos a oração e descubramos se ela é ou não um ato de adoração a Maria:
“Salve Rainha, mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa. A vós bradamos, os degradados filhos de Eva, por vós suspirando, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Ó graciosa Advogada nossa, voltai vossos olhos e tende misericórdia de nós. E depois deste degredo, mostrai-nos o fruto do vosso ventre, Jesus. O’ clemente, amorosa e doce Virgem Maria!”
Afonso de Ligório (1696-1787) foi o principal proponente do Movimento Mariano, o qual glorifica Maria. Seu livro “As Glórias de Maria” tornou-se famoso, influente e amplamente lido. Neste livro Ligório diz que a Maira foi entregue a metade do reino de Deus. Que ela governa o reino da misericórdia, enquanto Jesus governa o reino da justiça. Ligório diz que as pessoas devem recorrer a Maria como Mediadora e buscá-la como objeto de garantia em resposta às suas orações. O livro diz ainda que não há salvação fora de Maria.
Algumas pessoas afirmam que essas visões são extremistas e não representam o ensino da Igreja Católica Romana (ICR). Contudo, em vez de silenciar Ligório como herege, a ICR o canonizou como santo e o fez “Doutor da Igreja” (uma pessoa cujos ensinos são carregados de autoridade). Além do mais, o seu livro é pública e oficialmente promovido pela Igreja e os seus ensinos têm influenciado muitos papas (6).
O Papa Pio IX reinou de 1846 até 1878. Ele disse que nossa salvação está alicerçada em Maria (7). O Papa Bento XV reinou de 1914 até 1922. Ele disse que Maria redimiu a humanidade junto com Cristo (8).
O Catecismo da Igreja Católica diz que Maria tem um “múnus salvífico” e que “por sua múltipla intercessão, ela continua a nos alcançar o dom da salvação”. (#969).
Um movimento leigo chamado “Vox Populi” (A voz de Deus) tem coletado assinaturas num abaixo assinado a ser enviado ao Papa, para que ele declare oficialmente que Maria é Co-Redentora (Existem gravuras mostrando Jesus pendurado na cruz, de um lado, e Maria do outro lado. Ela não está pregada à cruz, mas visualmente ela se apresenta como essencial à nossa salvação, do mesmo modo como Jesus). Mais de 6 milhões de assinaturas já foram enviados ao Papa, representando 138 países de todos os sete continentes. Esta doutrina é apoiada por mais de 40 cardeais e 600 bispos do mundo inteiro (9).
A ICR exalta Maria como tendo sido a mãe ideal e perfeita em toda a sua vida. Contudo, a Bíblia mostra que, em certa ocasião ela tentou atrapalhar o ministério de Jesus. Maria e os irmãos de Jesus tentaram fazê-Lo parar o Seu ministério. Esta passagem pode ser encontrada em Marcos 3:20-35 e vejam o que diz o verso 21: “E, quando os seus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si”.
Segundo a “Concordância Strong”, a palavra “seus” tem uma variedade de significações, podendo, inclusive, significar “parentes”. Mas não precisamos depender de tal significação, pois isso fica bem claro no verso 31: “Chegaram, então, seus irmãos e sua mãe; e, estando fora, mandaram-no chamar”. Eles pensavam que Jesus não sabia o que estava fazendo. Então, resolveram tomar o controle da situação (Mateus 10:36).
Em Marcos 3:32-35, vemos a reação de Jesus: “E a multidão estava assentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e teus irmãos te procuram, e estão lá fora. E ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos? E, olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Porquanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe”.

Comparando as doutrinas católicas sobre Maria com a Escritura

As fontes de informação para esta seção são o Catecismo da Igreja Católica e a Bíblia.
O Catecismo faz um resumo essencial dos ensinos da ICR. Ele foi aprovado pela Papa JP2, em 1992. Contém parágrafos numerados, de modo a facilitar as consultas. Ele está disponível na Internet e os assuntos podem ser buscados pelos parágrafos e pelos tópicos (10).
Para cada categoria doutrinária vou indicar a doutrina católica seguida pelas correspondentes referências no Catecismo, conforme os parágrafos indicados. Em seguida, darei a citação bíblica relacionada à doutrina.

Dogma da Imaculada Conceição

A doutrina católica diz que Maria foi preservada do pecado original desde o primeiro instante de sua concepção (Catecismo, #491, 492, 508). Mas a Bíblia diz que Maria reconheceu que necessitava de um Salvador, conforme suas palavras dirigidas à prima Isabel, em Lucas 1:46-47: “Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador”.
A doutrina da Imaculada Conceição de Maria foi primeiramente apresentada por um herege (conforme os ensinos oficiais da ICR). Durante séculos ela foi unanimemente rejeitada pelos Pais da Igreja e pelos teólogos católicos (11).




Maria Santíssima

A doutrina católica afirma que Maria é “Santíssima”, tendo vivido uma vida absolutamente sem pecado (Catecismo #491,493 e 508) Contudo a Escritura diz: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23). “Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome? Porque só tu és santo; por isso todas as nações virão, e se prostrarão diante de ti, porque os teus juízos são manifestos” (Apocalipse 15:4). “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer” (Romanos 3:10).
Existe apenas uma exceção sobre alguém que não pecou. Jesus é o ser humano que jamais cometeu pecado algum. A Bíblia diz:
“Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hebreus 4:15).
“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21).
“O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” (1 Pedro 2:22).
A Bíblia diz que os pais de João Batista eram “justos perante o Senhor, andando sem repreensão...” (Lucas 1:6. Se Maria fosse impecável não teria a Bíblia afirmado isso? Ela diz que Maria foi ”agraciada” e diz: “O Senhor é contigo” (Lucas 1:28), mas não diz que ela era sem pecado. Ela mesma diz que necessitava de um Salvador. Ora, pessoas sem pecado não necessitam de um Salvador.
No Livro de Apocalipse, quando estavam procurando alguém que fosse digno de abrir o livro selado com sete selos, a única pessoa encontrada com essa dignidade foi Jesus Cristo, o Cordeiro. “Ninguém mais no céu e nem na terra” era digno de fazê-lo (Apocalipse 5:1-5).

Virgem Perpétua

A doutrina católica diz que Maria foi virgem, antes, durante e depois do nascimento de Jesus (Catecismo #3499, 510) Mas a Bíblia diz em Mateus 1:24-25: “E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher; e não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus”.
Esse “até” significa que, a partir daí, as coisas mudaram. Então, José passou, eventualmente, a “conhecer” Maria (Isto é, a ter relações sexuais com ela). Em Gênesis 4:1 vemos que Adão “conheceu” Eva, ela concebeu e gerou filhos. Além disso, a expressão “filho, o primogênito” significa que houve outros filhos, depois. Maria e José tiverem pelo menos seis filhos. A Bíblia fala dos quatro irmãos de Jesus e das irmãs. Ela diz:
“E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam, e diziam: De onde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas? Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isto?” (Mateus 13:54-56). Marcos 6:2-3 diz o mesmo.
Quando eu era católica, ensinaram-me que a palavra “irmãos” nesta citação poderia significar qualquer tipo de parente, inclusive “primos”. E que Maria não era a mãe desses ”irmãos”, portanto, eles não haviam interferido em sua virgindade.
A língua hebraica tem um termo geral para irmãos, primos ou outros parentes. Contudo, o Novo Testamento não foi escrito em Hebraico. Ele foi escrito em Grego e a língua grega é muito exata. Ela sempre deixa bem claro se as pessoas têm ou não os mesmos pais. Conforme a “Concordância Strong”, a palavra grega usada para os irmãos de Jesus é “adelphos”, significando “do mesmo ventre”, isto é, pessoas nascidas da mesma mãe. “Adelphos” é a palavra usada para descrever os irmãos de Jesus, em Mateus 12:46; João 2:12; João 7:3; e Atos 1:14. “Adelphos” é também usada para falar de Tiago, o irmão do Senhor, em Gálatas 1:19. “Adelphos” ainda é usada quando fala dos irmãos Pedro e André (Mateus 4:18) e dos irmãos Tiago e João (Mateus 4:21). “Adelphe” (feminino de Adelpho) é usado para falar das irmãs de Jesus (Mateus 13:56).
A língua grega tem outra palavra para significar parentes que não vêm do mesmo ventre. Essa palavra é “suggenes”, usada com Isabel, a prima de Maria (Lucas 1:36). “Suggenes” significa “parente consangüíneo”.
Alguns católicos podem ficar admirados porque estou falando de palavras gregas e hebraicas, pois se lembram apenas da Bíblia escrita em Latim. O Velho Testamento foi escrito pelos israelitas que falavam Hebraico e Aramaico (os judeus que moram hoje em Israel falam o Hebraico). O Novo Testamento foi escrito em Grego. Esta era a língua comum dos povos que residiam na parte oriental do Mar Mediterrâneo. Ele era amplamente falado desde o reinado de Alexandre O Grande, no Século V. Jerônimo traduziu a Bíblia para o Latim. Até o Concílio Vaticano II (1962-1965), a Bíblia era lida em Latim, durante a Missa.
O Grego é uma língua muito exata. As palavras gregas usadas para “irmãos” e “irmãs” de Jesus em Mateus 13:54-56, deixam claro que Maria era mãe deles. Ora, por que a ICR insiste em que ela não era?
Talvez por causa de Santo Agostinho. Sua tese “Sobre o Casamento e a Concupiscência” influenciou a ICR durante 1.500 anos. Agostinho disse que “se um casal tiver relações sexuais para gerar filhos, sem o desejo de gratificar os seus desejos sexuais, isso é bom. Se ele desejar ter filhos e ao mesmo tempo gratificar os seus desejos sexuais, esse é um pecado perdoável. Mas se ele desejar apenas gratificar os seus desejos sexuais, sem gerar filhos, então isso é igual ao pecado de adultério e prostituição” (12). Visto como o leito conjugal foi considerado pecaminoso, não é surpresa que os teólogos católicos romanos tenham desejado que Maria continuasse virgem para sempre, deixando se ser uma esposa normal.

Mãe de Deus

A doutrina católica afirma que por ser a mãe de Jesus e Jesus sendo Deus, Maria é Mãe de Deus (Catecismo #963, 971, 2677). Mas isso é contrário à Escritura. Pela Encarnação Jesus se tornou verdadeiro homem, assim como sempre foi verdadeiro Deus. Maria foi a mãe de Jesus homem. Ela não foi a Mãe de Deus. A Bíblia diz que o mundo foi criado através de Jesus Cristo e isso aconteceu muito antes de Maria ter nascido. A Escritura diz em Hebreus 1:1-2:
“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo”. Ela também diz em Colossenses 1:16-17: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele”. E em João 17:5: “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse”.

Mãe da Igreja

Conforme a doutrina católica, Maria é “Mãe da Igreja” (Catecismo #963, 975). Mas isso não consta na Bíblia. O Livro de Atos fala de um grupo de pessoas que estava em reunião de oração e Maria é mencionada como uma delas, porém nada indica que ela tivesse preeminência alguma na igreja primitiva. A Bíblia diz: “E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmão de Tiago. Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos” (Atos 1:13-14).
Provavelmente, Maria estava no cenáculo, quando as línguas de fogo desceram sobre os 120 discípulos. Mesmo assim ela nunca mais é mencionada no Livro de Atos, o qual é um registro histórico do nascimento da igreja. Ela também não é especificamente citada nas epístolas. Paulo enviou saudações a uma certa Maria; contudo “Maria” era um nome muito comum. O Evangelho de Lucas e o Livro de Atos se referem a “Maria, mãe de Jesus”, a fim de distingui-la das outra Marias.
É notável que João, tendo levado Maria para a sua casa depois da crucificação de Jesus, jamais a tivesse mencionado em suas epístolas. Ele a menciona apenas duas vezes em seu Evangelho (nas bodas de Caná e na crucificação de Jesus). Ele menciona Maria Madalena com mais freqüência do que o faz com Maria, mãe de Jesus.

Assunção

A doutrina católica ensina que no final de sua vida “Maria foi assunta em corpo e alma à glória celeste” (Catecismo, #966, 974). Mas na Bíblia não existe referência alguma sobre a assunção de Maria. Acredita-se que o evangelho de João tenha sido escrito uns 90 anos após o nascimento de Cristo. Se Maria tivesse sido levada ao céu de maneira sobrenatural, será que João (o discípulo com quem Maria residia) não teria mencionado esse maravilhoso evento em seu evangelho? [E no Livro de Apocalipse, será que João estava tão míope que não a enxergou sentada no trono de Deus Pai? - MS] Ora, quando Enoque e Elias foram arrebatados ao céu, a Bíblia fez um registro disso. No caso de Elias, o arrebatamento foi descrito com alguns detalhes. (Gênesis 5:24 e 2 Reis 2:1-2).
A Assunção de Maria foi oficialmente declarada como dogma de fé da ICR, em, 1950. Isto significa que todo católico é obrigado a crer nessa doutrina sem questioná-la. Contudo, o dogma da Assunção foi originado em escritos heréticos oficialmente condenados pela igreja primitiva.
Em 495, o papa Gelásio declarou que os homens que estavam ensinando essa doutrina eram hereges. Papas “infalíveis” consideraram essa doutrina como heresia. Foi então que, em 1950, o Papa Pio XII (outro infalível) [o qual, segundo o escritor Avro Manhattan, vivia encharcado de drogas medicinais] transformou essa “heresia” como dogma oficial da ICR.

Mediadora

A doutrina católica diz que as pessoas devem invocar Maria como Advogada e Mediadora, pois suas orações contribuem para a nossa salvação (Catecismo #969). Ela diz que os fiéis devem confiar em Maria para solucionar os problemas e atender suas petições (Catecismo # 2677). Mas a Bíblia diz que “...há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo” (1 Timóteo 2:5-6). E que Jesus “pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hebreus 7:25). E ainda que “temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele” (Efésios 3:12).
Ora, se Jesus é “o único mediador”, “intercedendo sempre por nós”, Ele não precisa da ajuda de Maria. Se podemos nos achegar a Deus com ousadia e confiança, por causa de nossa fé em Jesus, não precisamos da ajuda de nenhum santo ou santa.

Rainha do Céu

Diz a doutrina católica que Deus exaltou Maria à glória celestial, como Rainha do Céu e da Terra e que devemos louvá-la com especial devoção (Catecismo 966, 971, 2675). A Bíblia diz que “Rainha dos Céus” é o título de uma deusa pagã. Deus ficou irado com o Seu povo porque este a adorava e o castigou duramente por causa desse pecado. (Jeremias 7:17-20; 44:17-28). A Bíblia deixa claro que somente o nome de Deus (não o de Maria) deve ser exaltado. Ele diz: “Louvem o nome do SENHOR, pois só o seu nome é exaltado; a sua glória está sobre a terra e o céu” (Salmos 148:13).
Quando algumas pessoas tentaram dar honra e supremacia a Maria, porque ela era a mãe de Jesus, ele as corrigiu, conforme Lucas 11:27-28:
“E aconteceu que, dizendo ele estas coisas, uma mulher dentre a multidão, levantando a voz, lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que mamaste. Mas ele disse: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam”. Aqui vemos Jesus dizendo que não se deve prestar honra especial à Sua mãe e que importante é obedecer a palavra de Deus. Precisamos nos concentrar nesta, a fim de não nos desviarmos da verdadeira meta por ela traçada (Hebreus 12:2).
Nos capítulos 4 e 5 de Apocalipse, Deus está assentado no torno, rodeado dos 24 anciãos e dos 4 seres viventes. O Cordeiro (Jesus Cristo) está de pé no centro do trono. Miríades de anjos circundam o trono, cantando hinos de louvor a Deus. Maria não aparece em parte algum nessa descrição. Se ela fosse realmente a Rainha do Céu, por acaso não teria sido mencionada?

Como chegamos aqui

Como foi que a moderna doutrina católica sobre Maria pôde afastar-se tanto do que a Bíblia realmente ensina? Por duas razões: 1.) - Por causa da importância que a ICR dá à Tradição. 2.) - Por causa da doutrina da Infalibilidade Papal.
A ICR declara oficialmente que a Tradição Católica tem a mesma autoridade da Bíblia (Catecismo 3 80, 984 e 97). Essa tradição está embasada nas práticas e crenças religiosas do povo católico (Catecismo # 78, 113, 2650 e 2661) e desse modo ela está sempre sujeita a mudanças e também a influências culturais e não cristãs. Por ser a tradição de difícil definição, os teólogos podem adaptá-la aos propósitos da Igreja, em determinados momentos.
Os Pais da igreja primitiva usaram a Escritura como padrão contra o que era entregue como tradição. Contudo, a doutrina moderna da ICR diz que a tradição tem o mesmo peso da Escritura, contrariando, assim, os escritos dos Pais antigos (14).
Conforme Jesus ensina, a Escritura é o modelo. Ele julgou as tradições religiosas comparando-as com a Escritura e quando estas contradiziam a Escritura, Jesus as condenava. Vejamos Marcos 7:1-13: “E ajuntaram-se a ele os fariseus, e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalém. E, vendo que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar, os repreendiam.Porque os fariseus, e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes; e, quando voltam do mercado, se não se lavarem, não comem. E muitas outras coisas há que receberam para observar, como lavar os copos, e os jarros, e os vasos de metal e as camas. Depois perguntaram-lhe os fariseus e os escribas: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos por lavar? E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, Mas o seu coração está longe de mim; em vão, porém, me honram, Ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição. Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe, certamente morrerá. Vós, porém, dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor; nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas”. Como vemos, nada pode se igualar à Escritura. A Bíblia permanece como padrão de todas as coisas que forem julgadas.
Conforme antes mencionado, o ensino oficial da ICR não permite que homens e mulheres acreditem no que eles lêem na Bíblia, sem antes passar pelo crivo da Igreja. Eles devem aceitar “com docilidade” tudo que os bispos interpretam, como se eles fossem o próprio Jesus Cristo. Eles não podem seguir a própria consciência e devem aceitar tudo sem questionar (Catecismo #85, 87, 100, 862, 891, 2034 e 2037).
A ICR ensina que o Papa é infalível, sempre que ele faz um decreto sobre assunto de fé e moral. Segundo a Igreja, é impossível que o papa ensine uma falsa doutrina. Os fiéis devem obedecer ao Papa, mesmo quando este não faz uma declaração “infalível” sobre doutrina. Suas mentes e vontade devem ser submetidas ao Papa sem questionamento algum (Catecismo #87, 892, 2037, 2051).

Aparições de Maria

Alguma coisa aparece às pessoas. Elas dizem que foi a Virgem Maria. Geralmente apenas uma pessoa (às vezes algumas) consegue vê-la. Tais aparições às vezes são acompanhadas de manifestações sobrenaturais, tais como curas físicas. Algumas, como as de Lourdes e Fátima, foram oficialmente aprovadas pela Igreja. Essa aprovação oficial significa que a aparição é um acontecimento sobrenatural válido e quem apareceu foi de fato a Virgem Maria e nada do que essa aparição tenha dito ou feito é contrário à ICR.
Se esses acontecimentos são de fato sobrenaturais, como podemos garantir que eles não procedam do Diabo? A Bíblia nos diz: “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras” (2 Coríntios 11:14-15). Ela também nos admoesta para o fato de que Satanás também pode operar “sinais e prodígios de mentira”, conforme a 2 Tessalonicenses 2:9.
Muitos católicos fazem peregrinações aos lugares onde “Maria” aparece. O Papa JP2 encorajou isso, quando visitou os locais de aparições. Ele tinha uma devoção especial por Nossa Senhora de Fátima e acreditava que foi ela quem o livrou da morte, quando foi alvejado em 1981. Ele viajou em peregrinação a Fátima e ali dedicou toda a raça humana à “santa” (15). O vídeo “Catolicismo, Crise de Fé” mostra o Papa ajoelhado diante da imagem de Maria, beijando-lhe os pés (16). Milhões de peregrinos vão aos santuários para honrar Maria. Cada ano, 15 a 20 milhões de peregrinos chegam a Guadalupe (México); 5,5 milhões vão a Lourdes (França); 5 milhões vão a Cracóvia (Polônia) e 4,5 milhões vão a Fátima (Portugal). Datas especiais atraem enormes multidões. Em 15 de agosto, meio milhão chega a Cracóvia; em 13 de outubro, um milhão chega a Fátima; em 12 de dezembro de 1999, cinco milhões de peregrinos foram ao México, a fim de honrar Nossa Senhora de Guadalupe (17).
Esses peregrinos vão adorar Maria? Vocês podem observá-los e chegar à própria conclusão, através do vídeo “Mensagens do Céu” (18). Podem vê-lo on line (19). Quem observar o vídeo verá o Papa JP2 ajoelhado em frente a uma imagem de Maria, cobrindo a área de incenso. Verá muitos peregrinos cantando hinos de louvor a Maria. Verá milhões de pessoas em procissão, seguindo uma imagem de Nossa Senhora de Guadalupe. Verá a maior assembléia de bispos e cardeais, desde o Concílio Vaticano II, reunida ao redor do Papa, em solene consagração do mundo inteiro ao “Sagrado Coração de Maria”.

Conclusão
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